Aspectos atuais sobre o Biodiesel na visão da Biotecnologia


O uso de combustíveis fósseis, em especial o petróleo tem sido a causa de grandes emissões de gases em particular o CO2, principal responsável pelas causas do efeito estufa, o que contribui para aumento substancial no aquecimento terrestre. E por esses motivos, o interesse em desenvolver biocombustíveis tem sido intensificado. A começar pelo processo inicial que é a planta que será utilizada no processo, contribuirá para a assimilação do CO2, pois quando a planta fará fotossíntese assimilará esse gás, causando então o chamado “efeito estufa” negativo. Os avanços tecnológicos têm sido ainda maiores para com o desenvolvimento de biocombustíveis, do que para com energia nuclear, quando comparados por unidade de custo.

Segundo a União Europeia, o potencial de produção dos biocombustíveis é que 2% são oriundos de fontes renováveis, e esta meta foi ampliada para 5,75% ao final de 2010 e será de 20% ao final de 2020. O que está em constante discussão é vunerabilidade de matérias primas oleaginosas, a disponibilidade e sustentabilidade dos óleos vegetais e há insegurança quanto aos preços das commodities alimentícias. De uma forma geral, há uma preocupação com a sustentabilidade, e em utilizar produtos que de uma forma geral possam suprir em 1º lugar as necessidades de energia, mas que em contrapartida não tirem outras prioridades ou deixem de supri-las. Assim pode-se conseguir uma tecnologia limpa e que futuramente não prejudique outras áreas.

O protocolo de Quioto promove uma ação conjunta que tem o objetivo de estabilizar as emissões de gases causadores do efeito estufa, limitando desta forma a interferência dessas emissões no sistema climático global. Para que isto ocorra é necessária a presença de 55% dos países emissores do globo, com a ratificação das grandes potências EUA e Rússia. Isso ainda requer o uso sustentado da biomassa para fins energéticos, o que ainda é preocupante, pois somente 2,2% da energia consumida no mundo são provenientes de fontes renováveis, pois existem muitas fontes que podem ser exploradas, provenientes de atividades agroindustriais, como resíduos agrícolas, florestais e agropecuários, com grande potencial combustível.

Os estudos para se utilizar o óleo vegetal in natura como combustível, tem sido intensificados e chegou-se a conclusão que para óleos virgens não é interessante, pois ocorrem alguns problemas como a formação de depósitos de carbono por combustão incompleta, diminuição da eficiência de lubrificação do óleo  pela ocorrência de polimerização, no caso de poli-insaturados, e atomização ineficiente  e/ou entupimento dos sistemas de injeção. Para resolver as desconformidades descritas, houve grande investimento em adaptações dos motores para o uso desses óleos particularmente para a produção de energia elétrica.

O biodiesel é um substituto natural do petróleo, e pode ser produzido a partir de fontes renováveis como, óleos vegetais, gorduras animais e óleos já utilizados domesticamente. Quimicamente o biodiesel é definido como éster monoalquílico de ácidos graxos derivados de lipídeos de ocorrência natural e pode ser produzido juntamente com a glicerina através da reação de triglicerídeos com etanol ou metanol na presença de catalisador ácido ou básico. É importante frisar que biodiesel é tão-somente definido como produto da transesterificação de óleos vegetais que atende aos parâmetros fixados pelas normas ASTM D6751 (American Standard Testing Methods, 2003) e DIN 14214 (Deustsches Institut für Normung, 2003), ou pela Portaria nº 7 da ANP (Agência Nacional do Petróleo, 2008), que já estabelece as especificações para que este produto seja aceito no mercado brasileiro.

Do ponto de vista econômico, a viabilidade do biodiesel está relacionada com o equilíbrio favorável na balança comercial brasileira, já que o diesel é o derivado do petróleo mais consumido no Brasil.

Ambientalmente, mesmo que em frações progressivas, de 2% a 5% no diesel de petróleo, resulta em uma redução significativa no que diz respeito às emissões de materiais particulados, óxido de enxofre e gases tóxicos que contribuem para o efeito estufa.

Autora: Danieli Cristina Girardello, acadêmica do Curso Superior de Biotecnologia e Bioprocessos
Orientador: Prof. André Bellin Mariano, D.Sc.